No dia 07 de dezembro, o território assistiu ao curta gaúcho Dona Cristiana Perdeu a Memória, de Ana Luiza Azevedo, e ao documentário O princípio e o Fim, de Eduardo Coutinho.
Com uma metáfora de vida e morte, do velho e do novo, o curta de Azevedo é uma reflexão sobre a memória e de como ela é fragmentada, "louca" e ficcional. Mas a questão mais importante, a meu ver, é a reflexão sobre os vínculos afetivos entre os personagens. Vínculo que possibilita o encontro, o diálogo e a escuta...
Já a produção de Coutinho, supostamente sem roteiro, é uma narrativa de narrativas (!!!!). Leva ao espectador uma série de personagens do sertão, que contam suas histórias, que nos revelam um pouco de sua vida, de suas crenças, de seus percursos. Sem dúvida o mais interessante para o trabalho do território é a forma como o diretor se aproxima de seus informantes, de seus personagens, de seus atores. Muitas vezes arrogante, outras vezes surdo, outras invasivo, outras cauteloso, o diretor nos mostra que para trabalhar com narrativas é preciso saber criar vínculos, criar um diálogo em que a escuta seja a mais atenta e sincera possível.
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