terça-feira, 3 de junho de 2008

Tema: SAÚDE: em busca de uma perspectiva alternativa. Curso de Educação Popular

Por Martina Pereira Gomes
Nos dias e 10 e 11 de Maio, ocorreu mais uma rodada do Curso de Educação Popular organizado pelo Feres, qual o nosso território vem participando ativamente desde de seu início. A temática deste fim de semana era sobre Saúde, a questão foi abordada de um outro ponto de vista que poucas vezes teremos a oportunidade de analisar, afinal isto é um dos objetivos deste curso, ver temas comuns a todos, assuntos do nosso cotidiano, de um outro ângulo menos preconceituoso e estereotipado, que tanto produz desigualdades e injustiças.
Os painelistas da semana eram todas pessoas que tinham uma rica vivência na área, alguns ligados a movimentos sociais (socialista, GLBTT), outros ligados a ONG´s e outros que estudavam uma nova perspectiva na área da saúde buscando novas explicações científicas. Todos contribuíram de forma significativa para o tema, o sistema de saúde pública foi um assunto debatido, pois sua ineficiência vem causando uma mortificação em massa, principalmente para as classes mais populares. Outro tema contemplado pelos painelistas foi o sistema de saúde e a formação dos médicos em Cuba e a gravidez na adolescência, outro tema que faz parte do cotidiano da periferia.
A metodologia do curso, como já foi explicitado anteriormente, é que na sexta seja feito um painel com a presença de alguns convidados e logo após uma rodada de perguntas e que no sábado quem participa mais efetivamente da construção do curso são os próprios participantes, com longos debates e algumas dinâmicas propostas pela coordenação pedagógica do curso. Acho importante ressaltar que este curso se propõe a ter uma auto-gestão, ou seja, todas as pessoas que fazem o curso são também, de certa forma, responsáveis pelo andamento do mesmo, a todo o momento surgem propostas de alterações em atividades ou de criticas a algumas, tudo feito de uma maneira muito construtiva e harmoniosa.
No sábado a discussão continua, só que desta vez quem dirigiu o rumo do tema foram os participantes, ressaltados alguns temas que não tinham sido contemplados nas falas dos painelistas do dia anterior. Assuntos com medicina alternativa, tanto as originárias do povo negro quanto do povo indígena foram debatidas e trazidas como elementos muito importantes para uma melhoria na nossa saúde, a fitoterapia e uma visão mais integral do médico sobre o seu paciente foram outras questões levantadas. Um tema que parece muito simples e rotineiro e que foi trazido muito oportunamente por um participante, foi a questão da L.E.R (Lesão por Esforço Repetitivo), lesão que atinge milhões de trabalhadores e vem sendo causa de invalidez e até desemprego.
Como sempre, felizmente não chegamos a alguma conclusão a respeito do tema, pelo contrário, senti que todos nos sentimos muito inquietos com os temas abordados e no olhar de todos era visível uma vontade de lutar para que as coisas melhores, alternativas foram dadas, e o desafio está lançado.

“A saúde é, antes que biológica, uma produção social. Para que se alcancem melhores níveis de saúde é imprescindível que o Estado e a sociedade cada vez mais implementem ações intersetoriais.”
Revista RADIS – comunicação em saúde

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Curso de Educação Popular

Desde o dia 03/04 de abril o nosso território está participando do curso de educadores populares organizado pelo FERES (Forum de Educadores da Restinga e Extremo Sul). O curso é um espaço de grande interação que proporciona discussões sobre temas importantes e presentes no cotidiano.

Até agora foram 8 temáticas apresentadas e discutidas. Entre elas está Educação, Etnias, gêneros, Meio Ambiente, Saúde, Movimetos Sociais, Comunicação, Relações de classes.

O painel sobre etnias abordou a questão dos indigenas na sexta -feira, onde se teve a presença de um participante Guarani e outro Kaigang.
Os dois falaram sobre a cultura que eles preservam nas suas aldeias, das dificuldades que enfrentam, do contato com o não-índio e trouxeram muitos pontos para que debatessemos sobre a questão dos índigenas no Brasil.

No sábado a conversa foi com duas professoras da UFRGS, que apresentaram a temática racial. Marilene Paré que abordou o tema do preconceito existente nas escolas engfrentado por crianças e jovens negros e Rita Camisolão, que discutiu a questão do preconceito racial em diversas esferas da sociedade e principalmente nas escolas.

A temática dos Movimentos Sociais foi apresentado po 4 representantes de 4 diferentes movimentos que ocorrem no Brasil:

* O Comitê de Resistencia popular (iniciado em 1997 em Gravatai) formado por grupos de pessoas que se organizam para conseguir demandas da periferia;
* A Marcha Mundioal das mulheres que busca a igualdade de gênero;
*Via Campesina que é uma mistura de diversas organizações sociais com principios comuns e socialistas;
* MST que também por uma ótica socialista luta pela reforma agrária e o direito a terra a todos.






domingo, 25 de maio de 2008

Primeira Visita à Restinga



No dia 2 de abril 2008 o grupo fez sua primeira incursão no Bairro
Restinga. Lá, fomos recebidos pelo Mateus, Guaneci e Augusto do
Feres. Visitamos a futura sede da Rede e o parque que fica no seu
entorno. Os educadores populares nos relataram algumas dificuldades com segurança que estão tendo para finalizar a obra de reforma da nova sede. Sob os raios solares de abril, fizemos uma rápida reunião, afinando os últimos detalhes para o início do curso no dia 4 de abril.








sábado, 19 de abril de 2008

Curso de Educadores Populares - Gêneros

Editado por Alexander Machado


O organizador e educador popular Augusto dá início ao curso nesta semana (18 e 19/04) explicando que espera que todos os educadores populares possam começar as suas atividades como educadores.
A integrante do grupo de discussão, Mirian, fala sobre o movimento feminista. Neste sábado a profª. Ruth retoma o assunto reforçando a importância do trabalho a ser desenvolvido referente a esta questão enfatizando as questões apontadas pela Mirian.
Neste sábado tivemos como questão principal a discussão sobre o gênero e os debates seguem expostos a seguir:
As feministas trabalham sobre a mulher e a questão do gênero quebra o tabu deste mito, pois o ser humano possui características individuais e isto influencia nas atitudes delas.
O outro tema abordado é a Classe.
Segue os debates e em seguida faz-se um breve comentário referente ao Tema abordado. Logo em seguida é exposta uma série de imagens de crianças de diferentes etnias e classes sociais em diferentes situações no meio em que vivem. Junto ao comentário é definido o que é Cultura e Linguagem e que ambas constroem as personalidades dos jovens.
- Juventude e Gênero
Tais características citadas (Adolescência) estão em conflito com a feminilidade deixando em aberto a seguinte questão: será a adolescência uma construção masculina?
- Gênero
As desigualdades geram uma hierarquia entre todas as classes.
- Sexualidade
Tem a ver com as formas pelas quais os diferentes sujeitos, homens e mulheres, vivem seus desejos e prazeres corporais, em sentido amplo. O corpo e a sexualidade estão diretamente implicados na economia.
Uma série de questões foram apresentadas para reflexão dos educadores no momento em que estarão atuando em seus locais de ensino.

A profª. Ruth retoma a palavra e coloca como exemplo a situação das crianças nas creches que são colocadas a assistir desenhos clássicos, como os da Disney, nos momentos em que não podem ir ao pátio para brincar em dia de chuva e que isso também era uma situação em comum com crianças da classe média. Tudo isso era resultado de um trabalho de campo em bairros de ambas as classes sendo esta situação comum entre ambas.

Logo em seguida foi feito um debate entre os assuntos apresentados até o momento. Os integrantes abordaram diversos tipos de linguagem como exemplo temos a linguagem do corpo, da alma e da fala como sendo ferramentas para expressar os pensamentos distintos de todos. A sexualidade também foi tema de discussão e o quanto a mídia influencia nas decisões tomadas pelas pessoas, sendo apresentado o corpo perfeito como padrão de sucesso. As pessoas acabam se rotulando juntamente com a sociedade dividindo-se em diversas categorias.

A discriminação com o comportamento dá corpo ao preconceito, pois teoricamente já está convencionado pela sociedade os comportamentos entre homens e mulheres não sendo tolerado que seja de outra forma. Também foi citado o comportamento da criança na nas escolas e o posicionamento dos pais quanto às novas situações em que os filhos eram colocados junto ao grupo de colegas

quinta-feira, 3 de abril de 2008


Por Liziê Vargas

Nos dias 26 e 27 de março ocorreu o III seminário local do Conexões de Saberes : Universidade Popular – Práticas e desafios. O seminário teve como objetivo discutir temas relacionados a entrada e a permanência de alunos de origem popular na UFRGS.
Nas diversas mesas de discussões tivemos a presença do Frei Davi (Educafro), de representantes do FERES (fórum de educadores da restinga), professores da FACED, alunos oriundos de comunidades populares, representante de comunidade indígena, bolsistas do projeto Conexões de Saberes, que trouxeram diversas experiências nas suas trajetórias como alunos e educadores populares.
Também tivemos oficinas sobre ações afirmativas e contação de histórias, mostra de vídeos das atividades feitas no programa escola aberta e apresentação da escola de samba Bambas da Orgia.
O seminário se configurou em um espaço de discussão importante, com diversas experiências e relatos sobre as dificuldades de tornar a universidade pública uma universidade também popular.

Nascidos em Bordéis

Por Liziê Vargas

No dia 07 / 03/2008 assistimos ao documentário Nascidos em bordéis (Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids) com o objetivo de visualisar a trajetória de oficinas de fotografia propostas por dois norte americanos à crianças da Índia.
O documentário narra, através de depoimentos dos oficinandos e gravações do dia-a dia deles, a entrada de dois estrangeiros norte americanos e consequentemente a entrada da fotografia no cotidiano de crianças que vivem no bairro da luz vermelha em Calcutá. A região da Índia apresenta muitos problemas sociais entre eles o mais focado pelo filme: a vida difícil de crianças, filhas (os) de prostitutas, que convivem cotidianamente com o trabalho e com a realidade dos bordéis.
O filme demonstra que a partir das oficinas de fotografia propostas pelos documentaristas inicia, também, a tentativa de intervenção social. Com o reconhecimento do talento dos oficinandos são mostradas possibilidades de modificação da vida dessas crianças, tidas por Zana Briski e Ross Kauffman como as melhores alternativas a aquela realidade existente no país.
Entretanto aparecem nesse contexto à relutância de algumas famílias a essas propostas, as dificuldades impostas pela burocracia da Índia, pela própria estrutura disponível no país e conseqüentemente a pouca eficiência dessas tentativas de melhorias sociais apresentadas pela ótica dos estrangeiros.